sexta-feira, 10 de abril de 2009

VOCÊ CAMUFLA OU MIMETIZA?


Richard Rasmussen
Selvagem ao Extremo
Domingo Espetacular/TV Record


O Richard, o selvagem ao extremo do DOMINGO ESPETACULAR, errou. Pelo menos, segundo a WIKIPÉDIA.

Ele apresentou uma reportagem sobre o pássaro URUTAU – que utiliza a sua plumagem para se camuflar.
Em contraposição, Richard apresentou o BICHO-PAU, para mostrar a diferença entre CAMUFLAGEM e MIMETISMO, classificando-o neste último.


Fiquei fascinada com a riqueza do tema, pois, certamente, a “selvagem ao extremo das letras”, que habita em mim, iria explorá-lo, em algum momento, em sua produção literária.

Enquanto escrevo sobre o Richard, ouço atrás de mim, a voz, inconfundivelmente nasalada, de Paulo Henrique Amorim. Aliás, diga-se de passagem, ele está perfeito como apresentador do FANTÁSTICO, digo, do DOMINGO ESPETACULAR. E o Richard também! Ele é o preferido aqui de casa!
- Tá na hora do Richard!!!- basta este grito, e vem todo mundo pra frente da televisão. Meus aplausos para os dois.




Bem, “guardei” o tema, já pensando no que iria parafrasear – o que verão a seguir.

Muito bom, né? Um camufla e o outro mimetiza? Quem camufla? E quem mimetiza? Você – camufla ou mimetiza?
Enfim: Um tema que propicia enormes possibilidades para brincar na produção de um texto.

Antes de proferir a minha escolha, ou melhor, a escolha do que iria escrever, fui pesquisar, né? Escritor que se preza, não sai por aí escrevendo o que ouviu falar. Igual ao jornalista, que ouve da sua fonte, mas, precavido, vai checar, pra verificar se é aquilo mesmo, para não “dar fora.” E eu fui checar.
E não é que descobri um engano aí no meio? Aliás, no meio não; logo no início.

Bicho-pau não mimetiza; ele camufla!

Richard, Richard, você disse que ele mimetizava... E o Urutau era quem camuflava.
Que o Urutau, camufla, ele camufla; mas o Bicho-pau também! Maior camuflador!
Pelo menos é o que diz a WIKIPÉDIA.
Veja:
A camuflagem é o conjunto de técnicas e métodos que permitem a um dado organismo ou objeto permanecer indistinto do ambiente que o cerca. Têm-se como exemplos desde as cores amadeiradas do bicho-pau até as manchas verdes-marrons nos uniformes dos soldados modernos.” (http://pt.wikipedia.org/wiki/Camuflagem)

Ainda segundo a minha pesquisa, no caso da camuflagem, o organismo evita a detecção, enquanto no mimetismo, o organismo é detectado, mas ele é confundido com outros, os quais ele imitou; ele fez mímica do que se chama de “modelo”.




Voltemos à definição: “A camuflagem é o conjunto de técnicas e métodos que permitem a um dado organismo, ou objeto, permanecer indistinto do ambiente que o cerca”. O Bicho-pau e o Urutau fazem isso.
MIMETIZAR é se confundir com um outro grupo de organismos, os chamados “modelos”. E CAMUFLAR é “se disfarçar de “ambiente”, para evitar ser encontrado.

Então, vamos a alguns exemplos.

A Borboleta - camufla ou mimetiza?
Você que respondeu mimetiza, acertou.



E a aranha Myrmarachne plataleoides em relação às formigas?
Ela também mimetiza!





Já a rã com a ervilha d’água, camufla.

A camuflagem pode ocorrer pela cor, forma ou tipo de cobertura do animal.
Veados, esquilos, porcos-espinhos e muitos outros animais têm cor castanha, cores "tom de terra". que combinam com o marrom das árvores e do solo em uma floresta.

O Urutau é uma ave que utiliza muito bem a sua plumagem para se camuflar. Normalmente se passa por um pedaço de madeira, um galho de árvore ou mesmo troncos partidos ou em pé. Costuma ficar estático, não se assustando facilmente. O Urutau camufla.

Outra tática de camuflagem parecida é o animal tomar a aparência de algum outro objeto. Um dos mais famosos exemplos deste tipo de comportamento é o bicho-pau, um inseto que parece um graveto comum e para aperfeiçoar a camuflagem, recolhe as patas junto ao corpo.” – diz o texto.

No Mimetismo reprodutivo, plantas mimetizam a fêmea de algumas espécies de inseto ,e se beneficiam da tentativa de cópula do macho para sua polinização, que é o caso da Ophrys insectifera, uma espécie de orquídea, que depende da polinização de machos de moscas e abelhas, que a confundem com a fêmea.

Outro exemplo são os crentes.
Gente, não tive como não pensar neles.
E este é o tema principal deste artigo, cuja ideia o Richard me deu. Sem querer.



Voltemos às definições.

Camuflagem é se misturar com o meio em que está, de forma a não ser detectado.
Mimetismo é imitar um indivíduo, e embora seja detectado, não é identificado como diferente. Ele faz uma mímica deste, confundindo-se com ele.
Mas, Richard, como você mesmo falou, é comum confundir mimetismo com a camuflagem. A Wikipédia também falou isso. Ouça (na voz do Paulo Henrique, por favor):

O mimetismo é comumente confundido com a camuflagem. No entanto, a distinção entre esses processos, se dá pelo fato de que o mimetismo consiste na semelhança com um organismo em específico, enquanto a camuflagem ocorre quando determinado organismo possui um padrão de coloração semelhante ao seu entorno, dificultando sua detecção. Apesar de ser uma classificação um tanto subjetiva e sujeita a alguns casos intermediários, podemos perceber que mimetismo e camuflagem constituem estratégias distintas. No caso da camuflagem o organismo evita a detecção, enquanto no mimetismo o organismo é detectado, mas o organismo-alvo o confunde com outro.

Vamos visualizar, agora, uma igreja evangélica, no momento de um culto.
Como na brincadeira “Aonde está o Wally?”, você consegue identificar quem está camuflando e quem está mimetizando?



Recapitulando, “o mimetismo consiste na semelhança com um organismo em específico, e na camuflagem, o organismo possui um padrão de coloração semelhante ao seu entorno.”

Então, com todo o respeito, seguindo essa linha de raciocínio, existe crente que “camufla” e crente que “mimetiza”.

Antes de mais nada, eu sou crente em Deus também (E congreguei em igreja evangélica também).

E existe o crente que mimetiza Jesus Cristo, e o crente que mimetiza pastor.

Num olhar panorâmico, vê-se os crentes mimetizadores. No plano geral todos são imitadores. De Cristo ou do homem.

Mas no “close” podemos encontrar o camuflador.
É aquele que só está ali para “se esconder”: de algo, ou de alguém.

Uns se disfarçam de “cantor gospel”; mas, na verdade, é apenas mais um “artista” que não “deu certo” no mundo secular, e foi tentar a sorte em outros palcos ... ou altares.

Existe outro tipo de crente camuflador que é aquele que não teve oportunidade para crescer profissionalmente no mundo secular, e que, encontra uma “escada” no meio evangélico, para empreender a sua escalada social (este – ou esta - adora ser chamado de “senhor”, usurpando o pronome de tratamento do único Senhor, que é Jesus. Além do mais, fazendo aquilo que Deus proibiu: acepção de pessoas, colocando-se em maior importância que "seus irmãos", "ovelhinhas" - os "do banco").

Existem, também, exemplos entre os meus colegas de profissão: Os Comunicadores. Aqueles que querem “um lugar ao sol” na TV ou no Rádio.

Está havendo um grande avivamento nestes dias. E muitos amigos meus estão se convertendo ao Cristianismo protestante, assim como eu me converti. Glórias a Deus!

Mas tem gente do nosso meio radiofônico, camuflando também. Eles entram para as igrejas, e aqueles que são – ou foram - celebridades no mundo secular, se tornam alvos de pastores gananciosos, que, com a finalidade de se promover e exaltar seu ministério, os utiliza – e esses se deixam utilizar – como “faróis” para ficar em evidência.

E junto com esses “artistas” vêm os “modismos” evangélicos (aliás, me desculpem os que são, mas não gosto deste “rótulo” de evangélico). Vem também os “souvenir” evangélicos, e toda sorte de objetos evangélicos para serem comercializados, contradizendo Jesus, que ordena: “Daí de graça, o que de graça recebestes”.

E sabe quem os consome?
Os crentes que mimetizam os pastores e os cantores “gospel”.

Jesus falou para sermos imitadores de Deus:

Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados;
(Carta de Paulo aos Efésios 5:1 – Bíblia Sagrada)

E é aí que eu te pergunto, colega:

Com todo respeito: Você camufla ou mimetiza?

2 comentários:

Anônimo disse...

OI. Rasmussem é o Cara! Mais ele também erra rss

Mônica Sampaio de Melo disse...

Também acho. Mas o foco deste artigo é mais a mimetização ou camuflagem nos meios religiosos e profissionais do que o erro do Richard, que é maravilhoso. Obrigada pela sua participação, amigo! Um abração!